terça-feira, 13 de maio de 2008

Comboio...

Um dia apanharei o comboio
O comboio que vai em direcção
Ao azul do céu ou vermelho inferno
Vou apanhar o último vagão
Pois um dia ele vai chegar
E não vai dar mais revolta
Vamos embarcar sem bilhete tirar
Um bilhete de ida mas sem volta
Vamos para outras paragens
Outros sítios, novas paisagens
Vai ser carregado de cinzas ou terra
Vamos passar a ser pequenas miragens
Pequenas lembranças passadas
Que um dia num corpo encarnou
Vamos apanhar boleia do comboio fantasma
Este mesmo que partiu e um dia voltou
Para se afirmar em um novo ser
Para começar uma nova etapa de vida
Talvez melhor ou pior que a outra
A outra deixada que já fora vivida
Esperar que o destino seja azul
Com campos magníficos esverdeados
Sem sentir o sabor da cinza ou da terra
E não sentir o cheiro a corpos queimados

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