sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Ai que merdinha

Por vezes deixo-me levar
Tal como as folhas
Que o vento transporta
Subo mais uma calçada
Abro uma nova janela
Fecho uma nova porta
Arrumo tudo num sítio
Desarrumo outro lado
Penso que estou a ser activo
Mas no fundo estou parado
Estagnado no quotidiano
Numa forma de luta
Numa correria imensa
Continuo a minha disputa
Entre mim e o eu mesmo
Sem parar para pensar
Porque pensar cansa
E quero correr sem cansar
Fazer coisas e sorrir
Sentir-me livre para a vida
Estar de braços abertos
Ver que esta não esta perdida
Sentir o bafejar dos seus ecos
Guiar me por entre o seu hálito
Dirigir para o destino sulfurado
E ai sim vou desfalecer, morrer
Vou mesmo parar e ficar estagnado

Saudade

Saudade é algo que se sente bem cá dentro
No interior infinito do nosso ser
É algo que está fora do alcance da vista
É algo que não se consegue ver
Conseguimos sentir, demonstramos
Em gestos ternos ou descrentes
Como aguas límpidas dum rio
Ou as eternas mares poluentes
Que nos evadem a alma loucamente
De uma forma arrebatadora
Com uma força de mente
Que chega a todo minuto a toda a hora
Os segundos passam e o tempo não para
A saudade alarga numa escala desmedida
É louca, bonita, triste, apaixonada
É a saudade, é parte constante da nossa vida

evoL

Eu e tu perdemo-nos em abraços
Juntamente com o toque dos lábios
Perdeste e refugiaste em meus braços
Como estes fossem únicos e sábios
Desvairamos na intensidade da paixão
A boca solta leves e doces mordidas
Que aumentam o fluxo de excitação
Deixando marcas embevecidas
Com as unhas que por ti deslizam
Que vão percorrendo todo o teu ser
Que te marcam exteriormente
Porque interiormente não dá para ver
Mas sinto-os, de uma forma louca
Nos beijos molhados que trocamos
No despir modesto da nossa roupa
Na bela forma como nos amamos
E se te amo, sinto-o bem cá dentro
Como um conforto interiorizado
Sem qual quer duvida ou lamento
Sou um ser que te ama e, é amado
Porque contigo quero passar a eternidade
Desenvolver a paixão desenvolvida
Sim, isto é um amor puro de verdade
Seja agora, amanhã, no resto da vida
Não sei se te vou amar, porque te amo
Nas noites em que estou sozinho, chamo
Por ti, pelo teu cheiro, pelo teu calor
Na angústia fico, à espera de ti meu amor

Não sei que mais

Por vezes somos capazes de sentir
Temos capacidades de tudo enfrentar
Mas no fundo de nós existe solidão
E neste fundo, uma voz vai gritar
E que de alguma forma vem, nos ajudar
Porque gritar é estar presente, é sentir
É uma forma de estar bem vivo
Mesmo que ninguém consiga ouvir
Desabafos na solidão libertam
Delineamos caminhos para ir
Percorremos novas ruas e estradas
Em novos horizontes vamos viver
Crescemos um pouquinho mais
Evoluímos um pouco interiormente
Levamos um qual quer eu a nós mesmo
Derivamos entre sonhos e pensamentos
Porque escuras são as eternas noites
Insónias da nossa vida, loucos tormentos

?

Por vezes sorrimos
Com um simples olhar
Os olhos ficam rasgados
Com um simples pestanejar
Prazer momentâneo
Prazer instintivo
Prazer de uma vida
Prazer de quem está vivo
Sentimentalismo distinto
Prazer de bem-estar
Um caminho a seguir
Todo o nosso procurar
Que nos faz chorar
E é feito para rir
Mas a insolvência é mútua
Por isso deixa estar
Porque o silêncio fala alto
E vais ouvir o sussurrar
Da discrepância do destino
E vais continuar a ser
A tal menina mulher
Ou o tal homem menino
É uma vida são milhares delas
É a estrada, o caminho, o destino
E vamos sempre neste errar
E vamos aprender de uma vez
Que entre a terra e as estrelas
Existe o maravilhoso mar