sábado, 17 de outubro de 2009
A puta da vida
É uma madrasta eterna
Uma víbora efe mora
Que nos atinge e nos desespera
Fazemos loucuras
Tumultuamos sentimentos
Mas se a vida é mesmo puta
Não passa de meros momentos
São coisas relevantes que passamos
Sonhos destruídos
Pesadelos imundos
De todas as merdas com que sonhamos
Tem um parecer positivo
O bem-estar de saúde
A puta da miséria vivencia
O bom lamento de estar vivo
Podemos correr e saltar
Mas se não lutar-mos
Nada nela vai mudar
Temos de viver
E com esta puta aprendendo
Vamos ganhar, sorrir lutar
E com a puta desta vida
Vamos vivendo...
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Tempos
Eu já fui capaz de amar
Não muito mais do que amo
Mesmo com a minha voz rouca
Talvez mouca, por ti reclamo
Amar é bom de sentir
É uma bênção, uma imensidão
Amar não é apenas gostar
É também viver na solidão
Quando as noticias do fundo
Sofrem uma grande inclinação
Deveriam mudar o meu mundo
Mas não magoar o meu coração
Mas para me levantar vou cair
Para sofrer tenho mesmo que o sentir
Para te amar tenho que te mostrar
Porque?
Só tu não consegues enxergar
Pelo que eu já mostrei, deverias ver
Olhar em meus olhos acreditar, entender
Que amar não é só mimos, merdas e carinho
Amar é lutar, e talhar um rumo, um caminho
Amar é respeitar o outro, estar lá, confiar
Porque se não confias, nunca vais acreditar
Estou aqui para ti, e para mais ninguém
Já te disse que não existe um outro alguém
Mas isso és tu que tens de acreditar e entender
Assim teremos paz e verás como é bom viver
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Ai que merdinha
Tal como as folhas
Que o vento transporta
Subo mais uma calçada
Abro uma nova janela
Fecho uma nova porta
Arrumo tudo num sítio
Desarrumo outro lado
Penso que estou a ser activo
Mas no fundo estou parado
Estagnado no quotidiano
Numa forma de luta
Numa correria imensa
Continuo a minha disputa
Entre mim e o eu mesmo
Sem parar para pensar
Porque pensar cansa
E quero correr sem cansar
Fazer coisas e sorrir
Sentir-me livre para a vida
Estar de braços abertos
Ver que esta não esta perdida
Sentir o bafejar dos seus ecos
Guiar me por entre o seu hálito
Dirigir para o destino sulfurado
E ai sim vou desfalecer, morrer
Vou mesmo parar e ficar estagnado
Saudade
No interior infinito do nosso ser
É algo que está fora do alcance da vista
É algo que não se consegue ver
Conseguimos sentir, demonstramos
Em gestos ternos ou descrentes
Como aguas límpidas dum rio
Ou as eternas mares poluentes
Que nos evadem a alma loucamente
De uma forma arrebatadora
Com uma força de mente
Que chega a todo minuto a toda a hora
Os segundos passam e o tempo não para
A saudade alarga numa escala desmedida
É louca, bonita, triste, apaixonada
É a saudade, é parte constante da nossa vida
evoL
Juntamente com o toque dos lábios
Perdeste e refugiaste em meus braços
Como estes fossem únicos e sábios
Desvairamos na intensidade da paixão
A boca solta leves e doces mordidas
Que aumentam o fluxo de excitação
Deixando marcas embevecidas
Com as unhas que por ti deslizam
Que vão percorrendo todo o teu ser
Que te marcam exteriormente
Porque interiormente não dá para ver
Mas sinto-os, de uma forma louca
Nos beijos molhados que trocamos
No despir modesto da nossa roupa
Na bela forma como nos amamos
E se te amo, sinto-o bem cá dentro
Como um conforto interiorizado
Sem qual quer duvida ou lamento
Sou um ser que te ama e, é amado
Porque contigo quero passar a eternidade
Desenvolver a paixão desenvolvida
Sim, isto é um amor puro de verdade
Seja agora, amanhã, no resto da vida
Não sei se te vou amar, porque te amo
Nas noites em que estou sozinho, chamo
Por ti, pelo teu cheiro, pelo teu calor
Na angústia fico, à espera de ti meu amor
Não sei que mais
Temos capacidades de tudo enfrentar
Mas no fundo de nós existe solidão
E neste fundo, uma voz vai gritar
E que de alguma forma vem, nos ajudar
Porque gritar é estar presente, é sentir
É uma forma de estar bem vivo
Mesmo que ninguém consiga ouvir
Desabafos na solidão libertam
Delineamos caminhos para ir
Percorremos novas ruas e estradas
Em novos horizontes vamos viver
Crescemos um pouquinho mais
Evoluímos um pouco interiormente
Levamos um qual quer eu a nós mesmo
Derivamos entre sonhos e pensamentos
Porque escuras são as eternas noites
Insónias da nossa vida, loucos tormentos
?
Com um simples olhar
Os olhos ficam rasgados
Com um simples pestanejar
Prazer momentâneo
Prazer instintivo
Prazer de uma vida
Prazer de quem está vivo
Sentimentalismo distinto
Prazer de bem-estar
Um caminho a seguir
Todo o nosso procurar
Que nos faz chorar
E é feito para rir
Mas a insolvência é mútua
Por isso deixa estar
Porque o silêncio fala alto
E vais ouvir o sussurrar
Da discrepância do destino
E vais continuar a ser
A tal menina mulher
Ou o tal homem menino
É uma vida são milhares delas
É a estrada, o caminho, o destino
E vamos sempre neste errar
E vamos aprender de uma vez
Que entre a terra e as estrelas
Existe o maravilhoso mar